Programação para o final de ano

No dia 24/ 12 haverá Missa ás 21 horas precedida por uma hora de adoração ao Santíssimo Sacramento.
Dia 25/12 ( Natal ) a Santa Missa será às 9 horas
Dia 27 /12 ( domingo da oitava do natal) a Santa Missa será celebrada às 9 horas
Dia 31/12  a Missa será às 21 horas tambem precedida de adoração ao Santíssimo Sacramento.
Dia 01/01/2010 a Santa Missa será ás 9 horas

Aproveitamos para desejar a todos os Nossos Membros. Amigos e Colaboradores um Feliz e Santo Natal e um Ano Novo cheio de realizações

Salve Maria !!!

Boas Festas !!!

Vem, Senhor!

Dos Sermões de Santo Elredo de Rielvaux (1110-1167), abade cisterciense:


Ó infeliz Adão! Que procuravas tu para além da presença divina? Mas, ingrato, aí estás tu a ruminar o mal que fizeste: «Não! Eu serei como Deus!» (cf. Gn 3,5)

Que orgulho intolerável! Acabas de ser feito de barro e de lodo e, na tua insolência, queres ser comparável a Deus? Foi assim que o orgulho engendrou a desobediência, causa da nossa infelicidade.

Que humildade poderia compensar um tal orgulho? Que obediência de homem poderia redimir uma tal falta? Cativo, como poderia ele libertar um cativo? Impuro, poderia ele libertar um impuro?

Meu Deus, irá então a vossa criatura perecer? «Ter-se-á Deus esquecido da Sua compaixão, ou terá fechado com ira o Seu coração?» (Sl 77/76,10) Oh, não! «Os desígnios que tenho acerca de vós são desígnios de prosperidade e não de calamidade», diz o Senhor (Jr 29,11).

Apressa-Te então, Senhor: vem depressa! Vê as lágrimas dos pobres. Escuta, «chegue junto de ti o gemido dos cativos» (Sl 79/78,11). Que tempo de felicidade, que dia amado e desejado surgirá quando a voz do Pai gritar: «Por causa da aflição dos humildes e dos gemidos dos pobres, Me levantarei» (Sl 12/11,6) Sim, «Salva-nos, Senhor, pois cada vez há menos justos!» (Sl 12/11,2).

Corpo e Sangue do Senhor: alimentos de salvação

Das Homilias de São Gaudêncio de Brescia (séc. V), bispo:



O sacrifício celeste instituído por Cristo é verdadeiramente a herança legada pelo Seu novo testamento; Ele no-la deixou na noite em que ia ser entregue para ser crucificado, como garantia da Sua presença.

Ele é o viático da nossa viagem, o nosso alimento no caminho da vida, até chegarmos à outra Vida, ao deixar este mundo. Era por isso que o Senhor dizia: «Se não comerdes a Minha carne e não beberdes o Meu sangue, não tereis a vida em vós».

Ele quis que os Seus benefícios permanecessem entre nós; quis que as almas resgatadas pelo Seu sangue precioso fossem sempre santificadas à imagem da Sua própria Paixão.

Foi por essa razão que ordenou aos Seus discípulos fiéis, que estabeleceu como primeiros sacerdotes da Sua Igreja, que celebrassem estes mistérios de vida eterna.

Com efeito, a multidão dos fiéis devia ter todos os dias diante dos seus olhos a representação da Paixão de Cristo; ao segurá-la nas nossas mãos, ao recebê-la na boca e no coração, ficaremos com uma recordação indelével da nossa redenção.
É preciso que o pão seja feito com a farinha de numerosos grãos de fermento, misturada com água, e receba do fogo o seu acabamento. Encontra-se aí, portanto, uma imagem semelhante ao corpo de Cristo, pois sabemos que Ele forma um só corpo com a multidão dos homens, que recebeu o seu acabamento do fogo do Espírito Santo.

Do mesmo modo, o vinho do Seu sangue é extraído de diversos cachos de uvas, isto é, de uvas da vinha plantada por Ele, esmagadas sob o peso da cruz; vertido no coração dos fiéis, aí se agita pelo seu próprio poder.


É este o sacrifício da Páscoa, que traz a salvação a todos os que foram libertados da escravidão do Egito e do Faraó, isto é, do demônio. Recebei-o em união conosco, com toda a avidez de um coração religioso.

Pobre para nos enriquecer, servo para nos fazer filhos

Dos Sermões de Santo Agostinho (354-430), bispo e doutor da Igreja:


Quem, pois, dentre os homens, conhece todos os tesouros de sabedoria e da ciência ocultos em Cristo, escondidos na pobreza da Sua carne? Porque Ele, «sendo rico, fez-se pobre por nós, para nos enriquecer com a Sua pobreza» (2Cor 8, 9). Como vinha para assumir a condição mortal e vencer a própria morte, apresentou-Se na Sua condição de pobre; mas Ele, que nos prometeu tesouros distantes, na verdade não perdeu aqueles dos quais Se afastou: «como é grande, Senhor, a bondade que reservas para os que Te são fieis! Tu a concedes, à vista de todos, àqueles que em Ti confiam» [Sl 31/30,20].

Para que O pudéssemos compreender, Aquele que é igual ao Pai, pois tem a natureza de Deus, tornou-Se semelhante a nós, tomando a natureza de servo, e recriando-nos à semelhança de Deus. Tornando-Se filho de homem, o Filho único de Deus torna os homens filhos de Deus. E, depois de ter alimentado os servos com a Sua natureza visível de servo, tornou-nos livres para que pudéssemos contemplar a natureza de Deus. Porque «já somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. O que sabemos é que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele porque O veremos tal como Ele é» (1Jo 3,2). Com efeito, em que consistem os tesouros de sabedoria e de ciência, esses tesouros divinos? Só sabemos que nos satisfazem completamente. E esta superabundância da Sua bondade? Só sabemos que nos saciará.

Aviso

Dia 2/11 (segunda- feira) Comemoração de todos os fiéis defuntos a Santa Missa será celebrada às 9 horas na capela N.S de Fátima

Salve Maria !!!

Maria e nós: acolhendo Jesus

Dos Sermões de São Pedro Damião (1007-1072), eremita, bispo e doutor da Igreja:


Coube à Virgem Maria conceber Cristo em seu seio, mas cabe a todos os eleitos a possibilidade de, com amor, o trazermos no coração.
Bem-aventurada, sim, bem-aventurada a mulher que em si trouxe Jesus durante nove meses (Lc 11, 27). Bem-aventurados sejamos nós também, porque velamos por trazê-Lo sempre no coração.
Grande maravilha é seguramente a concepção de Cristo no seio de Maria, mas não é maravilha menor vê-Lo tornar-Se o hóspede do nosso peito.
É este o sentido do seguinte testemunho de João: «Eu estou à porta e bato: se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, Eu entrarei na sua casa e cearei com ele e ele comigo» (Ap 3, 20).

Reflitamos ainda, irmãos, na nossa dignidade e semelhança com Maria. A Virgem concebeu Cristo nas suas entranhas de carne, e nós trazemo-Lo nas do nosso coração. Maria alimentou a Cristo dando-Lhe a beber o leite de seu seio, e nós, nós podemos oferecer-Lhe a refeição variada das boas ações que O deliciam.

Missa de Nossa Senhora Aparecida


Dia 12 de outubro haverá missa às 9 horas  na capela N.S de Fátima
Também neste dia completamos 30 Missas celebradas na forma extraordinária em nossa diocese

A cruz de Cristo, nossa glória!


Do Comentário sobre a Epístola aos Gálatas, por São Tomás de Aquino (1225-1274), sacerdote, teólogo e doutor da Igreja:

«Quanto a mim, Deus me livre de me gloriar a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo», diz São Paulo (Gl 6,14). Repara, observa Santo Agostinho: aonde o sábio segundo este mundo julgou encontrar a vergonha, aí descobriu o apóstolo Paulo um tesouro; pois aquilo que para outro é loucura é para ele sabedoria (1Cor 1,17ss.) e título de glória.

Com efeito, cada um retira a sua glória daquilo que, a seus olhos, o torna grande. Se julga ser um homem importante por ser rico, glorifica-se nos seus bens. Mas aquele que não encontra grandeza para si senão em Jesus Cristo põe a sua glória apenas em Jesus.

Assim era o apóstolo Paulo, que dizia: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim»(Gl 2,20). É por isso que apenas se gloria em Cristo e, sobretudo, na cruz de Cristo. É que nesta cruz estão reunidos todos os motivos de glória que um homem pode ter.

Há pessoas que retiram a sua glória da amizade com os grandes e poderosos; Paulo, porém, apenas tem necessidade da cruz de Cristo, aonde descobre o sinal mais evidente da amizade de Deus: «Deus demonstra o Seu amor para conosco pelo fato de Cristo haver morrido por nós quando ainda éramos pecadores» (Rm 5,8). Não, nada manifesta tão bem o amor de Deus para conosco como a morte de Cristo. «Ó, testemunho inestimável do amor!», exclama São Gregório. «Para resgatar o escravo, entregastes o Filho!»

Novena de São Miguel Arcanjo

Hoje tem início a novena em honra a S. Miguel Arcanjo, aqueles que não puderem participar da Santa Missa nestes dias recomenda-se ao menos rezar a oração de S. Miguel:


São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate,
cobri-nos com o vosso escudo contra os embustes
e ciladas do demônio. Subjugue-o Deus,
instantemente o pedimos. E vós, príncipe da milícia
celeste, pelo divino poder, precipitai no inferno a
Satanás e a todos os espíritos malignos que
andam pelo mundo para perder as almas.
R: Amém

O verdadeiro rosto de Deus

Dos Sermões de São Bernardo (1091-1153), abade cisterciense e doutor da Igreja>

O apóstolo Paulo diz: «Alguns de vós mostram que não conhecem a Deus» (1Cor 15,34). Por mim, digo que partilham dessa ignorância todos os que não se querem converter a Deus, visto que recusam converter-se simplesmente porque O imaginam solene e severo, a este Deus que é todo doçura; fazem-No duro e implacável, quando Ele é só misericórdia; crêem violento e terrível Aquele que deseja apenas a nossa adoração. Assim, o ímpio a si mesmo se engana fabricando um ídolo em vez de conhecer a Deus tal como Ele é.

Que temem essas pessoas de pouca fé? Que Deus não lhes queira perdoar os pecados? Pois se Ele os cravou na cruz, nas Suas próprias mãos. Então porque receiam? Por serem fracos e vulneráveis? Ele sabe bem de que barro nos fez! Então de que têm medo? De estar demasiados habituados ao mal para conseguirem quebrar as cadeias do vício? O Senhor liberta os prisioneiros [Sl 146(145),7]. Receiam então que Deus, irritado devido à infinidade dos seus erros, hesite em lhes estender a mão para os socorrer? No entanto, onde aumentou o pecado superabundou a graça (Rm 5,20). Ou será ainda a inquietação quanto ao que vestir, ao que comer e às outras necessidades da sua vida que os impede de se despojarem dos seus bens? Deus sabe que temos necessidade de tudo isso (Mt 6,32). Que mais querem? Que mais lhes serve de obstáculo à salvação? O fato de não conhecerem a Deus e de não acreditarem no que lhes dizemos. Então, que se fiem na experiência de outros.

COMUNICADO DE FALECIMENTO

A Diocese de São José dos Campos, com pesar, comunica o falecimento da senhora MARIA AUGUSTA SILVA, mãe do Exmo. e Revmo. Sr. Bispo Diocesano Dom Moacir Silva.

Velório:

Residência da Família

Estrada Nelson Tavares da Silva, 110 – Bairrinho

São José dos Campos

Missa de Corpo Presente – 9 de setembro de 2009, 7h00:

Igreja Coração Eucarístico de Jesus

Praça 1º. de maio, 241 – Novo Horizonte

São José dos Campos


Sepultamento – Após a Missa de Corpo de Presente:

Cemitério Distrital de Eugênio de Melo

Rua Benedita Santos Leite, 380 – Eugênio de Melo

São José dos Campos.



Sem mais, renovando a certeza na Ressurreição de Cristo, confiamos nossas preces a intercessão de Nossa Senhora e São José em favor da alma da senhora Maria Augusta Silva, bem como, do conforto de nosso Bispo Dom Moacir Silva e seus familiares.



São José dos Campos, 8 de setembro de 2009.


Pe. José Roberto Fortes Palau

Vigário Geral da Diocese de São José dos Campos

Na tua palavra, lançarei as redes!

Dos Sermões de Santo António de Pádua (1195-1231), sacerdote franciscano, doutor da Igreja:

«Porque Tu o dizes, lançarei as redes». É por indicação da graça celeste, por inspiração sobrenatural, que se deve lançar a rede da pregação. Senão é em vão que o pregador lança as linhas das suas palavras.

A fé dos povos obtém-se, não através de discursos sabiamente compostos, mas pela graça da vocação divina. Ó frutuosa humildade! Quando aqueles que até aí não tinham pescado nada confiam na palavra de Cristo, apanham uma multidão de peixes.

«Porque Tu o dizes, lançarei as redes». Cada vez que por mim próprio as lancei, quis guardar o que me pertencia. Fui eu que pesquei e não Tu, foram as minhas palavras e não as Tuas. Por isso não pesquei nada. Ou, se pesquei qualquer coisa, não foi peixe, mas rãs, prontas a espalhar lisonjas sobre mim.

«Porque Tu o dizes, lançarei as redes». Lançar a linha por ordem de Jesus é atribuir-Lhe tudo e não guardar nada para si mesmo: é viver em conformidade com o que se pesca. Nessa altura, apanhamos uma grande quantidade de peixes.

Ele veio para nos salvar da nossa treva

Dos Sermões de São Bernardo (1091-1153), abade cisterciense e doutor da Igreja:

Quando veio o Salvador? Não veio no princípio dos tempos, nem no meio, mas no fim. E teve uma razão para isto. Muito sabiamente, a Sabedoria divina, ciente de que os filhos de Adão são dados à ingratidão, considerou que só devia valer-lhes com o seu socorro quando estivessem na maior necessidade.

E já, em verdade, a noite ia caindo e o dia estava no ocaso, «o sol da justiça» tinha pouco a pouco desaparecido (Lc 24,29; Ml 3 20); já espalhava sobre a terra um luar incerto e um fraco calor, apenas. De fato, a luz do conhecimento de Deus minguara muito e o calor da caridade esfriaria, na sequência de uma crescente iniquidade (Mt 24,12). Os anjos já não apareciam, já não havia oráculos de profetas; tinham desaparecido, acabado, como que vencidos perante o extremo endurecimento dos homens e a sua obstinação.

Foi nesse momento que o Filho afirmou: «Então eu digo: Estou aqui!» (Sl 39,8). Sim, na hora em que um silêncio profundo tudo envolvia, e a noite ia a meio do seu curso, a Tua Palavra onipotente, Senhor, desceu do céu, do Seu trono real (Sb 18,14). Tal como disse o apóstolo Paulo: «Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o Seu Filho» (Gal 4,4).

Aviso


Neste sábado dia: 22/08 haverá Missa às 17 horas na Capela Nossa Senhora de Fátima, no calendário gregoriano será celebrada a Festa do Imaculado Coração De Maria

Imaculado Coração de Maria sede a nossa salvação.

Ele fica...


Dra. Maria Lúcia Lencastre Ursala, da 3ª Vara Cível Federal de São Paulo, indeferiu pedido do Ministério Público Federal, que queria a retirada de símbolos religiosos dos prédios públicos — leia-se: de crucifixos e Bíblias. Graças a Deus!

Sabem o que escreveu a juíza?

1 - que é natural a presença de símbolos religiosos cristãos num país de formação cristã — isso pertence à nossa história;

2 - que, “sem qualquer ofensa à liberdade de crença, garantia constitucional, eis que, para os agnósticos, ou que professam crença diferenciada, aquele símbolo nada representa, assemelhando-se a um quadro ou escultura, adereços decorativos”;

3 - que estado laico não quer dizer estado anti-religioso. Dando uma pequena aula de lógica e de história à boçalidade do CCC, escreveu: “O Estado laico foi a primeira organização política que garantiu a liberdade religiosa. A liberdade de crença, de culto, e a tolerância religiosa foram aceitas graças ao Estado laico, e não como oposição a ele. Assim sendo, a laicidade não pode se expressar na eliminação dos símbolos religiosos, mas na tolerância aos mesmos."

Em ti brilha o poder de Cristo e aparece nosso destino!


A santa Assunção da Mãe de Deus não é somente festa da Virgem Maria. Primeiramente, esta Solenidade glorifica o Cristo, Autor da nossa salvação, pois em Maria aparece a vitória sobre a morte, que Jesus nos conquistou.

A liturgia hoje exclama: “Preservastes, ó Deus, da corrupção da morte aquela que gerou de modo inefável vosso próprio Filho feito homem, Autor de toda a vida”. Este senhorio de Cristo aparece hoje radiante na sua Mãe toda santa: em Maria, Cristo venceu a morte de Maria!

Em segundo lugar, a festa de hoje é também festa da Igreja, de quem Maria é Mãe e figura. A liturgia canta: “Hoje, a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi elevada à glória do céu. Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela é consolo e esperança para o vosso povo ainda em caminho”.

Sim! A Mãe Igreja contempla a Mãe Maria e fica cheia de esperança, pois um dia, estará totalmente glorificada como ela, a Mãe de Jesus, já se encontra agora. Finalmente, a festa é de cada um de nós, pois já vemos em Nossa Senhora aquilo que, pela graça de Cristo, o Pai preparou para todos nós: que sejamos totalmente glorificados na glória luminosa do Espírito do Filho morto e ressuscitado.

Aquilo que a Virgem já possui plenamente, nós possuiremos também: logo após a morte, na nossa alma; no fim dos tempos, também no nosso corpo!

Jesus, doce Salvador!


Do Diálogo sobre a Divina Providência, de Santa Catarina de Sena (Séc. XIV), virgem, doutora da Igreja:

Meu dulcíssimo Senhor, volta complacente teus misericordiosos olhos para este povo e para o Corpo místico de tua Igreja; porque maior glória advirá a teu santo nome por perdoar a tamanha multidão de tuas criaturas do que só a mim, miserável, que tanto ofendo a tua majestade. Como poderei eu consolar-me, vendo-me possuir a vida, se teu povo está na morte? E vendo em tua diletíssima Esposa as trevas dos pecados brotadas de minhas faltas e das outras criaturas tuas?

Quero, pois, e para cada um peço aquela inestimável caridade que te levou a criar o ser humano à tua imagem e semelhança. Que coisa ou pessoa foi o motivo de colocares o ser humano em tão grande dignidade? Sem dúvida, só inapreciável amor que te fez olhar em ti mesmo tua criatura de quem te enamoraste. Mas reconheço abertamente que pela culpa do pecado com justiça perdeu a dignidade que lhe deras.

Tu, porém, movido pelo mesmo amor, desejando por graça reconciliar contigo o gênero humano, nos deste a palavra de teu Filho unigênito. Verdadeiro reconciliador e mediador entre ti e nós e também nossa justiça, que castigou e carregou em si todas as nossas injustiças e iniqüidades, em obediência ao que tu,Pai eterno, lhe ordenaste, ao determinar-lhe assumir nossa humanidade. Ó abismo de indizível caridade! Que coração há tão duro que continue impassível sem se partir por ver a máxima sublimidade descer à máxima baixeza e abjeção, que é a nossa humanidade?

Nós somos tua imagem e tu, nossa imagem, pela união que realizaste com o ser humano, velando a eterna Divindade com a mísera nuvem e infecta matéria da carne de Adão. Donde vem tudo isto? Unicamente teu inefável amor está em causa. É, pois, por este inestimável amor que humildemente imploro tua majestade, com todas as forças de minha alma, que concedas gratuitamente às tuas miseráveis criaturas tua misericórdia


Santa Catarina de Sena Rogai por nós.

O dom da amizade espiritual

Introdução à Vida Devota, por São Francisco de Sales (1567-1622), Bispo e doutor da Igreja:


Amai toda a gente com grande amor de caridade, mas reservai a vossa amizade profunda para os que podem partilhar convosco as coisas boas.
Se partilham no domínio dos conhecimentos, a vossa amizade é certamente louvável; mais ainda se comungam da prudência, da discrição, da força e da justiça. Mas, se a vossa relação é fundada na caridade, na devoção e na perfeição cristã, ó Deus, a vossa amizade é preciosa! É admirável porque vem de Deus, admirável porque tende para Deus, admirável porque o seu laço, é Deus, porque é eterna em Deus. Como é bom amar na terra como se ama no céu, aprendei a amar neste mundo como o faremos para sempre no outro!
Não falo aqui do amor simples da caridade, porque esse deve ser levado a todos os homens; falo da amizade espiritual, pela qual dois, três ou vários comungam na vida espiritual e têm um só coração e uma só alma (cf. At 4,32).
É verdadeiramente justo que tais almas cantem felizes: «Vede como é bom e agradável que os irmãos vivam unidos!» (Sl 132,1). Parece-me que todas as outras amizades não são mais do que a sombra desta.
É fundamental que os cristãos que vivem no mundo se ajudem uns aos outros através de santas amizades; por este meio incentivam-se, apoiam-se, conduzem-se mutuamente para o bem. Ninguém pode negar que Nosso Senhor amou com uma amizade mais doce e muito especial São João, Lázaro, Marta e Madalena, pois o Evangelho o testemunha.

Que terreno somos?

Dos Sermões de Santo Agostinho (354-430), Bispo e doutor da Igreja:



A sementeira foi feita pelos apóstolos e pelos profetas, mas é o próprio Senhor que semeia. É o próprio Senhor que está presente neles, pois foi o próprio Senhor que fez a colheita. Porque, sem Ele, eles não são nada, enquanto que Ele, sem eles, permanece na Sua perfeição. Com efeito, Ele disse-lhes: «Sem Mim nada podeis fazer» (Jo 15,5).

Semeando, portanto, entre as nações, que disse Cristo? «Um semeador saiu para semear» (Mt 13,3). Noutro texto, os semeadores foram enviados para colher; agora, o semeador sai para semear, e não se queixa do trabalho. Com efeito, que importa que o grão de trigo caia à beira do caminho, sobre as pedras ou entre os espinhos? Se ele se deixasse desencorajar por estes lugares ingratos, não avançaria até à boa terra!

É de nós que se trata: seremos esse caminho, essas pedras, esses espinhos? Queremos ser a boa terra? Dispomos o nosso coração a produzir trinta vezes mais, sessenta vezes mais, cem vezes, mil vezes mais? Trinta vezes, mil vezes, sempre trigo e apenas trigo.

Não sejamos mais esse caminho onde a semente é pisada por quem passa e onde o nosso inimigo a agarra como os pássaros. Nem essas pedras onde uma terra pouco profunda faz germinar rapidamente um grão que não consegue resistir ao calor do sol. Nunca mais esses espinhos, as ambições deste mundo, este hábito de fazer o mal. Com efeito, que coisa pior pode haver do que aplicar todos os esforços a uma vida que impede de chegar à vida? Que coisa mais infeliz que escolher a vida para perder a vida? Que coisa mais triste que temer a morte para sucumbir ao poder da morte? Arranquemos os espinhos, preparemos o terreno, recebamos a semente, aguentemos até à colheita, aspiremos a ser arrecadados nos celeiros.

Avisos da Semana

No próximo domingo dia 26/07 após a Santa Missa haverá Benção da água, sal e objetos tambem neste dia teremos a Benção e Imposição do Escapulário de Nossa Senhora do Carmo.

Salve Maria !!!

O Senhor se revela aos simples

Das conferências de São Vicente de Paula (1581-1660), sacerdote, fundador de comunidades religiosas:



A simplicidade é tão agradável a Deus! Sabeis que a Escritura diz que o Seu prazer é estar com os simples, os simples de coração, que vivem de boa fé e com simplicidade: «Reserva a sua intimidade para com os justos» (Pr 3,32).



Quereis encontrar a Deus? Falai com os simples. Ó meu Salvador! Ó meus irmãos que sentis o desejo de ser simples, que felicidade! Que felicidade! Coragem, uma vez que tendes a promessa de que o prazer de Deus é permanecer com os homens simples.



Outra coisa que nos recomenda maravilhosamente a simplicidade são estas palavras do nosso Senhor: «Bendigo-Te, ó Pai, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos.» Reconheço, meu Pai, e por isso Vos agradeço, que a doutrina que aprendi de Vossa divina Majestade e que difundo entre os homens é conhecida apenas dos simples, e que permitis que os entendidos do mundo não a entendam; a eles a escondestes, se não em palavras, pelo menos no espírito.



Ó Salvador! Ó meu Deus! Isso deve amedrontar-nos. Corremos atrás da ciência como se dela dependesse a nossa felicidade. Mal de nós se a não temos! É necessário tê-la, mas apenas a essencial; é preciso estudar, mas sobriamente.



Uns simulam conhecimento, fazendo-se passar exteriormente por gente de posição e de condição. A esses, aos sábios e entendidos do mundo, Deus tira o entendimento das verdades cristãs. A quem o dá então? Às pessoas do povo, às pessoas de bem.



Senhores, a verdadeira religião está entre os pobres. Deus enche-os de uma fé viva; eles crêem, alcançam, experimentam as palavras de vida. Normalmente, conservam a paz no meio das preocupações e dos sofrimentos. Por que razão? Devido à sua fé. Por quê? Porque são simples, Deus fez abundar neles as graças que recusa aos ricos e sábios do mundo.

Avisos ( correção )

Devido a problemas pessoais o coral da Capela de Santa Luzia não poderá cantar no próximo domingo e também não haverá palestra após a Santa Missa, neste domingo a Missa será cantada pela Schola Cantorum Bento XVI como de costume, no mês de agosto o coral virá no primeiro domingo e neste mesmo dia se realizará a palestra.

Salve Maria !!!

Avisos da semana

Conforme o que foi divulgado anteriormente nossos ensaios mudaram de horário porém a partir deste sábado dia 18/07 os ensaios serão às 14 horas na Igreja Matriz Imaculada Conceição em Jacareí.

No próximo domingo dia 19/07 a Missa será cantada pelo coral da Capela de Santa Luzia (SP) e logo após a Missa o Renato Odo fará mais uma palestra sobre o canto gregoriano.

Salve Maria !!!

Motu proprio Ecclesiae Unitatem - nova disposição da Comissão Ecclesia Dei‏

LITTERAE APOSTOLICAE

MOTU PROPRIO DATAE

BENEDICTUS PP. XVI

1. O dever de guardar a unidade da Igreja, com a preocupação de oferecer a todos a ajuda para responder no modo oportuno a esta vocação e graça divina, pertence de modo particular ao Sucessor de Pedro, que é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade seja dos bispos, seja dos fiéis 1 . A prioridade fundamental e suprema da Igreja, em todos os tempos, de levar os homens ao encontro com Deus deve ser encorajada mediante o empenho de atingir o comum testemunho de fé de todos os cristãos.

2. Na fidelidade a tal mandato, em seguida ao ato com o qual o Arcebispo Marcel Lefebvre, em 30 de junho de 1988, conferiu ilicitamente a ordenação episcopal a quatro sacerdotes, o Papa João Paulo II, de venerada memória, instituiu, em 2 de julho de 1988, a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, “com o dever de colaborar com os Bispos, com os Dicastérios da Cúria Romana e com os meios interessados, a fim de facilitar a plena comunhão eclesial dos sacerdotes, seminaristas, indivíduos ou comunidades religiosas, até então de vários modos ligados à Fraternidade fundada por Mons. Lefebvre, que desejassem permanecer unidos ao Sucessor de Pedro na Igreja Católica, preservando as suas tradições espirituais e litúrgicas, à luz do Protocolo assinado no último 5 de maio pelo Cardeal Ratzinger e por Mons. Lefebvre “2.

3. Nesta linha, aderindo fielmente ao mesmo encargo de servir a comunhão universal da Igreja na sua manifestação também visível, e envidando todos os esforços para que a todos aqueles que verdadeiramente tenham o desejo da unidade seja possível nela permanecer ou reencontrá-la, quis ampliar e atualizar, com o Motu Proprio Summorum Pontificum, as indicações gerais já contidas no Motu Proprio Ecclesia Dei sobre a possibilidade de usar Missale Romanum de 1962, através de normas mais precisas e detalhadas 3.

4. No mesmo espírito e com o mesmo empenho de favorecer a superação de toda fratura e divisão na Igreja e de curar uma ferida sentida de modo sempre mais doloroso no tecido eclesial, quis remitir a excomunhão dos quatro bispos ordenados ilicitamente por Mons. Lefebvre. Com essa decisão, pretendi remover um obstáculo que poderia prejudicar a abertura de uma portal ao diálogo e convidar, assim, os bispos e a “Fraternidade São Pio X” a recuperar o caminho em direção à plena comunhão com a Igreja. Como expliquei na Carta aos Bispos de 10 de março passado, a remissão de excomunhão era um procedimento no âmbito da disciplina eclesiástica para liberar as pessoas do peso de consciência representado pela censura eclesiástica muito grave. Mas as questões de doutrina, obviamente, permanecem, e até que sejam esclarecidas, a Fraternidade não tem um estatuto canônico na Igreja e seus ministros não podem exercitar de modo legítimo qualquer ministério.

5. Precisamente porque os problemas que devem agora ser tratados com a Fraternidade são de natureza essencialmente doutrinária, decidi – há vinte e um anos do Motu Proprio Ecclesia Dei, e conforme me era reservado fazer 4 – de repensar a estrutura da Comissão Ecclesia Dei, ligando-a de modo próximo à Congregação para a Doutrina da Fé.

6. A Pontifícia Comissão Ecclesia Dei terá, portanto, a seguinte configuração:

a) O Presidente da Comissão é o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

b) A Comissão tem um próprio quadro orgânico composto de Secretário e oficiais.

c) Será competência do Presidente, assistido pelo Secretário, apresentar os principais casos e questões de caráter doutrinário ao estudo e discernimento das instâncias ordinárias da Congregação para a Doutrina da Fé, e também de apresentar os resultados às disposições superiores do Sumo Pontífice.

7. Com esta decisão quis, em particular, mostrar paterna solicitude para com a “Fraternidade São Pio X”, a fim de restabelecer a plena comunhão com a Igreja. Estendo a todos um apelo urgente para rezar ao Senhor sem cessar, pela intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria, “ut unum sint”.

Dado em Roma, em São Pedro, em 2 de julho 2009, quinto ano do nosso Pontificado.

BENEDICTUS PP. XVI

Ensaios ( novo horário)

A partir do próximo sábado dia 11/07 os ensaios da Schola Cantorum Bento XVI, serão às 14:30 na Igreja Matriz Imaculada Conceição em Jacareí

Salve Maria !!!

Carta do Papa por ocasião do ano sacerdotal‏


Amados irmãos no sacerdócio,

Na próxima solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus, sexta-feira 19 de Junho de 2009 – dia dedicado tradicionalmente à oração pela santificação do clero – tenho em mente proclamar oficialmente um «Ano Sacerdotal» por ocasião do 150.º aniversário do «dies natalis» de João Maria Vianney, o Santo Patrono de todos os párocos do mundo.1 Tal ano, que pretende contribuir para fomentar o empenho de renovação interior de todos os sacerdotes para um seu testemunho evangélico mais vigoroso e incisivo, terminará na mesma solenidade de 2010. «O sacerdócio é o amor do Coração de Jesus»: costumava dizer o Santo Cura d’Ars.2 Esta tocante afirmação permite-nos, antes de mais nada, evocar com ternura e gratidão o dom imenso que são os sacerdotes não só para a Igreja mas também para a própria humanidade. Penso em todos os presbíteros que propõem, humilde e quotidianamente, aos fiéis cristãos e ao mundo inteiro as palavras e os gestos de Cristo, procurando aderir a Ele com os pensamentos, a vontade, os sentimentos e o estilo de toda a sua existência. Como não sublinhar as suas fadigas apostólicas, o seu serviço incansável e escondido, a sua caridade tendencialmente universal? E que dizer da fidelidade corajosa de tantos sacerdotes que, não obstante dificuldades e incompreensões, continuam fiéis à sua vocação: a de «amigos de Cristo», por Ele de modo particular chamados, escolhidos e enviados?

Eu mesmo guardo ainda no coração a recordação do primeiro pároco junto de quem exerci o meu ministério de jovem sacerdote: deixou-me o exemplo de uma dedicação sem reservas ao próprio serviço sacerdotal, a ponto de encontrar a morte durante o próprio acto de levar o viático a um doente grave. Depois repasso na memória os inumeráveis irmãos que encontrei e encontro, inclusive durante as minhas viagens pastorais às diversas nações, generosamente empenhados no exercício diário do seu ministério sacerdotal. Mas a expressão utilizada pelo Santo Cura d’Ars evoca também o Coração traspassado de Cristo com a coroa de espinhos que O envolve. E isto leva o pensamento a deter-se nas inumeráveis situações de sofrimento em que se encontram imersos muitos sacerdotes, ou porque participantes da experiência humana da dor na multiplicidade das suas manifestações, ou porque incompreendidos pelos próprios destinatários do seu ministério: como não recordar tantos sacerdotes ofendidos na sua dignidade, impedidos na sua missão e, às vezes, mesmo perseguidos até ao supremo testemunho do sangue?

Infelizmente existem também situações, nunca suficientemente deploradas, em que é a própria Igreja a sofrer pela infidelidade de alguns dos seus ministros. Daí advém então para o mundo motivo de escândalo e de repulsa. O máximo que a Igreja pode recavar de tais casos não é tanto a acintosa relevação das fraquezas dos seus ministros, como sobretudo uma renovada e consoladora consciência da grandeza do dom de Deus, concretizado em figuras esplêndidas de generosos pastores, de religiosos inflamados de amor por Deus e pelas almas, de directores espirituais esclarecidos e pacientes. A este respeito, os ensinamentos e exemplos de S. João Maria Vianney podem oferecer a todos um significativo ponto de referência. O Cura d’Ars era humilíssimo, mas consciente de ser, enquanto padre, um dom imenso para o seu povo: «Um bom pastor, um pastor segundo o coração de Deus, é o maior tesouro que o bom Deus pode conceder a uma paróquia e um dos dons mais preciosos da misericórdia divina».3 Falava do sacerdócio como se não conseguisse alcançar plenamente a grandeza do dom e da tarefa confiados a uma criatura humana: «Oh como é grande o padre! (…) Se lhe fosse dado compreender-se a si mesmo, morreria. (…) Deus obedece-lhe: ele pronuncia duas palavras e, à sua voz, Nosso Senhor desce do céu e encerra-se numa pequena hóstia».4 E, ao explicar aos seus fiéis a importância dos sacramentos, dizia: «Sem o sacramento da Ordem, não teríamos o Senhor. Quem O colocou ali naquele sacrário? O sacerdote. Quem acolheu a vossa alma no primeiro momento do ingresso na vida? O sacerdote. Quem a alimenta para lhe dar a força de realizar a sua peregrinação? O sacerdote. Quem a há-de preparar para comparecer diante de Deus, lavando-a pela última vez no sangue de Jesus Cristo? O sacerdote, sempre o sacerdote. E se esta alma chega a morrer [pelo pecado], quem a ressuscitará, quem lhe restituirá a serenidade e a paz? Ainda o sacerdote. (…) Depois de Deus, o sacerdote é tudo! (…) Ele próprio não se entenderá bem a si mesmo, senão no céu».5 Estas afirmações, nascidas do coração sacerdotal daquele santo pároco, podem parecer excessivas. Nelas, porém, revela-se a sublime consideração em que ele tinha o sacramento do sacerdócio. Parecia subjugado por uma sensação de responsabilidade sem fim: «Se compreendêssemos bem o que um padre é sobre a terra, morreríamos: não de susto, mas de amor. (…) Sem o padre, a morte e a paixão de Nosso Senhor não teria servido para nada. É o padre que continua a obra da Redenção sobre a terra (…) Que aproveitaria termos uma casa cheia de ouro, senão houvesse ninguém para nos abrir a porta? O padre possui a chave dos tesouros celestes: é ele que abre a porta; é o ecónomo do bom Deus; o administrador dos seus bens (…) Deixai uma paróquia durante vinte anos sem padre, e lá adorar-se-ão as bestas. (…) O padre não é padre para si mesmo, é-o para vós».6

Tinha chegado a Ars, uma pequena aldeia com 230 habitantes, precavido pelo Bispo de que iria encontrar uma situação religiosamente precária: «Naquela paróquia, não há muito amor de Deus; infundi-lo-eis vós». Por conseguinte, achava-se plenamente consciente de que devia ir para lá a fim de encarnar a presença de Cristo, testemunhando a sua ternura salvífica: «[Meu Deus], concedei-me a conversão da minha paróquia; aceito sofrer tudo aquilo que quiserdes por todo o tempo da minha vida!»: foi com esta oração que começou a sua missão.7 E, à conversão da sua paróquia, dedicou-se o Santo Cura com todas as suas energias, pondo no cume de cada uma das suas ideias a formação cristã do povo a ele confiado. Amados irmãos no sacerdócio, peçamos ao Senhor Jesus a graça de podermos também nós assimilar o método pastoral de S. João Maria Vianney. A primeira coisa que devemos aprender é a sua total identificação com o próprio ministério. Em Jesus, tendem a coincidir Pessoa e Missão: toda a sua acção salvífica era e é expressão do seu «Eu filial» que, desde toda a eternidade, está diante do Pai em atitude de amorosa submissão à sua vontade. Com modesta mas verdadeira analogia, também o sacerdote deve ansiar por esta identificação. Não se trata, certamente, de esquecer que a eficácia substancial do ministério permanece independentemente da santidade do ministro; mas também não se pode deixar de ter em conta a extraordinária frutificação gerada do encontro entre a santidade objectiva do ministério e a subjectiva do ministro. O Cura d’Ars principiou imediatamente este humilde e paciente trabalho de harmonização entre a sua vida de ministro e a santidade do ministério que lhe estava confiado, decidindo «habitar», mesmo materialmente, na sua igreja paroquial: «Logo que chegou, escolheu a igreja por sua habitação. (…) Entrava na igreja antes da aurora e não saía de lá senão à tardinha depois do Angelus. Quando precisavam dele, deviam procurá-lo lá»: lê-se na primeira biografia.8

O exagero devoto do pio hagiógrafo não deve fazer-nos esquecer o facto de que o Santo Cura soube também «habitar» activamente em todo o território da sua paróquia: visitava sistematicamente os doentes e as famílias; organizava missões populares e festas dos Santos Patronos; recolhia e administrava dinheiro para as suas obras sócio-caritativas e missionárias; embelezava a sua igreja e dotava-a de alfaias sagradas; ocupava-se das órfãs da «Providence» (um instituto fundado por ele) e das suas educadoras; tinha a peito a instrução das crianças; fundava confrarias e chamava os leigos para colaborar com ele.

O seu exemplo induz-me a evidenciar os espaços de colaboração que é imperioso estender cada vez mais aos fiéis leigos, com os quais os presbíteros formam um único povo sacerdotal9 e no meio dos quais, em virtude do sacerdócio ministerial, se encontram «para os levar todos à unidade, “amando-se uns aos outros com caridade fraterna, e tendo os outros por mais dignos” (Rm 12, 10)».10 Neste contexto, há que recordar o caloroso e encorajador convite feito pelo Concílio Vaticano II aos presbíteros para que «reconheçam e promovam sinceramente a dignidade e participação própria dos leigos na missão da Igreja. Estejam dispostos a ouvir os leigos, tendo fraternalmente em conta os seus desejos, reconhecendo a experiência e competência deles nos diversos campos da actividade humana, para que, juntamente com eles, saibam reconhecer os sinais dos tempos».11

O Santo Cura ensinava os seus paroquianos sobretudo com o testemunho da vida. Pelo seu exemplo, os fiéis aprendiam a rezar, detendo-se de bom grado diante do sacrário para uma visita a Jesus Eucaristia.12«Para rezar bem – explicava-lhes o Cura –, não há necessidade de falar muito. Sabe-se que Jesus está ali, no tabernáculo sagrado: abramos-Lhe o nosso coração, alegremo-nos pela sua presença sagrada. Esta é a melhor oração».13 E exortava: «Vinde à comunhão, meus irmãos, vinde a Jesus. Vinde viver d’Ele para poderdes viver com Ele».14«É verdade que não sois dignos, mas tendes necessidade!».15 Esta educação dos fiéis para a presença eucarística e para a comunhão adquiria um eficácia muito particular, quando o viam celebrar o Santo Sacrifício da Missa. Quem ao mesmo assistia afirmava que «não era possível encontrar uma figura que exprimisse melhor a adoração. (...) Contemplava a Hóstia amorosamente».16 Dizia ele: «Todas as boas obras reunidas não igualam o valor do sacrifício da Missa, porque aquelas são obra de homens, enquanto a Santa Missa é obra de Deus».17 Estava convencido de que todo o fervor da vida de um padre dependia da Missa: «A causa do relaxamento do sacerdote é porque não presta atenção à Missa! Meu Deus, como é de lamentar um padre que celebra [a Missa] como se fizesse um coisa ordinária!».18E, ao celebrar, tinha tomado o costume de oferecer sempre também o sacrifício da sua própria vida: «Como faz bem um padre oferecer-se em sacrifício a Deus todas as manhãs!».19

Esta sintonia pessoal com o Sacrifício da Cruz levava-o – por um único movimento interior – do altar ao confessionário. Os sacerdotes não deveriam jamais resignar-se a ver os seus confessionários desertos, nem limitar-se a constatar o menosprezo dos fiéis por este sacramento. Na França, no tempo do Santo Cura d’Ars, a confissão não era mais fácil nem mais frequente do que nos nossos dias, pois a tormenta revolucionária tinha longamente sufocado a prática religiosa. Mas ele procurou de todos os modos, com a pregação e o conselho persuasivo, fazer os seus paroquianos redescobrirem o significado e a beleza da Penitência sacramental, apresentando-a como uma exigência íntima da Presença eucarística. Pôde assim dar início a um círculo virtuoso. Com as longas permanências na igreja junto do sacrário, fez com que os fiéis começassem a imitá-lo, indo até lá visitar Jesus, e ao mesmo tempo estivessem seguros de que lá encontrariam o seu pároco, disponível para os ouvir e perdoar. Em seguida, a multidão crescente dos penitentes, provenientes de toda a França, haveria de o reter no confessionário até 16 horas por dia. Dizia-se então que Ars se tinha tornado «o grande hospital das almas».20«A graça que ele obtinha [para a conversão dos pecadores] era tão forte que aquela ia procurá-los sem lhes deixar um momento de trégua!»: diz o primeiro biógrafo.21 E assim o pensava o Santo Cura d’Ars, quando afirmava: «Não é o pecador que regressa a Deus para Lhe pedir perdão, mas é o próprio Deus que corre atrás do pecador e o faz voltar para Ele».22«Este bom Salvador é tão cheio de amor que nos procura por todo o lado».23

Todos nós, sacerdotes, deveríamos sentir que nos tocam pessoalmente estas palavras que ele colocava na boca de Cristo: «Encarregarei os meus ministros de anunciar aos pecadores que estou sempre pronto a recebê-los, que a minha misericórdia é infinita».24 Do Santo Cura d’Ars, nós, sacerdotes, podemos aprender não só uma inexaurível confiança no sacramento da Penitência que nos instigue a colocá-lo no centro das nossas preocupações pastorais, mas também o método do «diálogo de salvação» que nele se deve realizar. O Cura d’Ars tinha maneiras diversas de comportar-se segundo os vários penitentes. Quem vinha ao seu confessionário atraído por uma íntima e humilde necessidade do perdão de Deus, encontrava nele o encorajamento para mergulhar na «torrente da misericórdia divina» que, no seu ímpeto, tudo arrasta e depura. E se aparecia alguém angustiado com o pensamento da sua debilidade e inconstância, temeroso por futuras quedas, o Cura d’Ars revelava-lhe o segredo de Deus com um discurso de comovente beleza: «O bom Deus sabe tudo. Ainda antes de vos confessardes, já sabe que voltareis a pecar e todavia perdoa-vos. Como é grande o amor do nosso Deus, que vai até ao ponto de esquecer voluntariamente o futuro, só para poder perdoar-nos!».25 Diversamente, a quem se acusava de forma tíbia e quase indiferente, expunha, através das suas próprias lágrimas, a séria e dolorosa evidência de quão «abominável» fosse aquele comportamento. «Choro, porque vós não chorais»:26 exclamava ele. «Se ao menos o Senhor não fosse assim tão bom! Mas é assim bom! Só um bárbaro poderia comportar-se assim diante de um Pai tão bom!».27 Fazia brotar o arrependimento no coração dos tíbios, forçando-os a verem com os próprios olhos o sofrimento de Deus, causado pelos pecados, quase «encarnado» no rosto do padre que os atendia de confissão. Entretanto a quem se apresentava já desejoso e capaz de uma vida espiritual mais profunda, abria-lhe de par em par as profundidades do amor, explicando a inexprimível beleza de poder viver unidos a Deus e na sua presença: «Tudo sob o olhar de Deus, tudo com Deus, tudo para agradar a Deus. (...) Como é belo!»28E ensinava-lhes a rezar assim: «Meu Deus, dai-me a graça de Vos amar tanto quanto é possível que eu Vos ame!».29

No seu tempo, o Cura d’Ars soube transformar o coração e a vida de muitas pessoas, porque conseguiu fazer-lhes sentir o amor misericordioso do Senhor. Também hoje é urgente igual anúncio e testemunho da verdade do Amor: Deus caritas est (1 Jo 4, 8). Com a Palavra e os Sacramentos do seu Jesus, João Maria Vianney sabia instruir o seu povo, ainda que frequentemente suspirava convencido da sua pessoal inaptidão a ponto de ter desejado diversas vezes subtrair-se às responsabilidades do ministério paroquial de que se sentia indigno. Mas, com exemplar obediência, ficou sempre no seu lugar, porque o consumia a paixão apostólica pela salvação das almas. Procurava aderir totalmente à própria vocação e missão por meio de uma severa ascese: «Para nós, párocos, a grande desdita – deplorava o Santo – é entorpecer-se a alma»,30 entendendo, com isso, o perigo de o pastor se habituar ao estado de pecado ou de indiferença em que vivem muitas das suas ovelhas. Com vigílias e jejuns, punha freio ao corpo, para evitar que opusesse resistência à sua alma sacerdotal. E não se esquivava a mortificar-se a si mesmo para bem das almas que lhe estavam confiadas e para contribuir para a expiação dos muitos pecados ouvidos em confissão. Explicava a um colega sacerdote: «Dir-vos-ei qual é a minha receita: dou aos pecadores uma penitência pequena e o resto faço-o eu no lugar deles».31 Independentemente das penitências concretas a que se sujeitava o Cura d’Ars, continua válido para todos o núcleo do seu ensinamento: as almas custam o sangue de Cristo e o sacerdote não pode dedicar-se à sua salvação se se recusa a contribuir com a sua parte para o «alto preço» da redenção.

No mundo actual, não menos do que nos tempos difíceis do Cura d’Ars, é preciso que os presbíteros, na sua vida e acção, se distingam por um vigoroso testemunho evangélico. Observou, justamente, Paulo VI que «o homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres ou então, se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas».32 Para que não se forme um vazio existencial em nós e fique comprometida a eficácia do nosso ministério, é preciso não cessar de nos interrogarmos: «Somos verdadeiramente permeados pela Palavra de Deus? É verdade que esta é o alimento de que vivemos, mais de que o sejam o pão e as coisas deste mundo? Conhecemo-la verdadeiramente? Amamo-la? De tal modo nos ocupamos interiormente desta palavra, que a mesma dá realmente um timbre à nossa vida e forma o nosso pensamento?».33 Assim como Jesus chamou os Doze para estarem com Ele (cf. Mc 3, 14) e só depois é que os enviou a pregar, assim também nos nossos dias os sacerdotes são chamados a assimilar aquele «novo estilo de vida» que foi inaugurado pelo Senhor Jesus e assumido pelos Apóstolos.34

Foi precisamente a adesão sem reservas a este «novo estilo de vida» que caracterizou o trabalho ministerial do Cura d’Ars. O Papa João XXIII, na carta encíclica Sacerdotii nostri primordia – publicada em 1959, centenário da morte de S. João Maria Vianney –, apresentava a sua fisionomia ascética referindo-se de modo especial ao tema dos «três conselhos evangélicos», considerados necessários também para os presbíteros: «Embora, para alcançar esta santidade de vida, não seja imposta ao sacerdote como própria do estado clerical a prática dos conselhos evangélicos, entretanto esta representa para ele, como para todos os discípulos do Senhor, o caminho regular da santificação cristã».35 O Cura d’Ars soube viver os «conselhos evangélicos» segundo modalidades apropriadas à sua condição de presbítero. Com efeito, a sua pobreza não foi a mesma de um religioso ou de um monge, mas a requerida a um padre: embora manejasse com muito dinheiro (dado que os peregrinos mais abonados não deixavam de se interessar pelas suas obras sócio-caritativas), sabia que tudo era dado para a sua igreja, os seus pobres, os seus órfãos, as meninas da sua «Providence»,36 as suas famílias mais indigentes. Por isso, ele «era rico para dar aos outros e era muito pobre para si mesmo».37 Explicava: «O meu segredo é simples: dar tudo e não guardar nada».38 Quando se encontrava com as mãos vazias, dizia contente aos pobres que se lhe dirigiam: «Hoje sou pobre como vós, sou um dos vossos».39 Deste modo pôde, ao fim da vida, afirmar com absoluta serenidade: «Não tenho mais nada. Agora o bom Deus pode chamar-me quando quiser!».40 Também a sua castidade era aquela que se requeria a um padre para o seu ministério. Pode-se dizer que era a castidade conveniente a quem deve habitualmente tocar a Eucaristia e que habitualmente a fixa com todo o entusiasmo do coração e com o mesmo entusiasmo a dá aos seus fiéis. Dele se dizia que «a castidade brilhava no seu olhar», e os fiéis apercebiam-se disso quando ele se voltava para o sacrário fixando-o com os olhos de um enamorado.41 Também a obediência de S. João Maria Vianney foi toda encarnada na dolorosa adesão às exigências diárias do seu ministério. É sabido como o atormentava o pensamento da sua própria inaptidão para o ministério paroquial e o desejo que tinha de fugir «para chorar a sua pobre vida, na solidão».42 Somente a obediência e a paixão pelas almas conseguiam convencê-lo a continuar no seu lugar. A si próprio e aos seus fiéis explicava: «Não há duas maneiras boas de servir a Deus. Há apenas uma: servi-Lo como Ele quer ser servido».43 A regra de ouro para levar uma vida obediente parecia-lhe ser esta: «Fazer só aquilo que pode ser oferecido ao bom Deus».44

No contexto da espiritualidade alimentada pela prática dos conselhos evangélicos, aproveito para dirigir aos sacerdotes, neste Ano a eles dedicado, um convite particular para saberem acolher a nova primavera que, em nossos dias, o Espírito está a suscitar na Igreja, através nomeadamente dos Movimentos Eclesiais e das novas Comunidades. «O Espírito é multiforme nos seus dons. (…) Ele sopra onde quer. E fá-lo de maneira inesperada, em lugares imprevistos e segundo formas precedentemente inimagináveis (…); mas demonstra-nos também que Ele age em vista do único Corpo e na unidade do único Corpo».45 A propósito disto, vale a indicação do decreto Presbyterorum ordinis: «Sabendo discernir se os espíritos vêm de Deus, [os presbíteros] perscrutem com o sentido da fé, reconheçam com alegria e promovam com diligência os multiformes carismas dos leigos, tanto os mais modestos como os mais altos».46 Estes dons, que impelem não poucos para uma vida espiritual mais elevada, podem ser de proveito não só para os fiéis leigos mas também para os próprios ministros. Com efeito, da comunhão entre ministros ordenados e carismas pode brotar «um válido impulso para um renovado compromisso da Igreja no anúncio e no testemunho do Evangelho da esperança e da caridade em todos os recantos do mundo».47 Queria ainda acrescentar, apoiado na exortação apostólica Pastores dabo vobis do Papa João Paulo II, que o ministério ordenado tem uma radical «forma comunitária» e pode ser cumprido apenas na comunhão dos presbíteros com o seu Bispo.48É preciso que esta comunhão entre os sacerdotes e com o respectivo Bispo, baseada no sacramento da Ordem e manifestada na concelebração eucarística, se traduza nas diversas formas concretas de uma fraternidade sacerdotal efectiva e afectiva.49 Só deste modo é que os sacerdotes poderão viver em plenitude o dom do celibato e serão capazes de fazer florir comunidades cristãs onde se renovem os prodígios da primeira pregação do Evangelho.

O Ano Paulino, que está a chegar ao fim, encaminha o nosso pensamento também para o Apóstolo das nações, em quem refulge aos nossos olhos um modelo esplêndido de sacerdote, totalmente «doado» ao seu ministério. «O amor de Cristo nos impele – escrevia ele –, ao pensarmos que um só morreu por todos e que todos, portanto, morreram» (2 Cor 5, 14). E acrescenta: Ele «morreu por todos, para que os vivos deixem de viver para si próprios, mas vivam para Aquele que morreu e ressuscitou por eles» (2 Cor 5, 15). Que programa melhor do que este poderia ser proposto a um sacerdote empenhado a avançar pela estrada da perfeição cristã?

Amados sacerdotes, a celebração dos cento e cinquenta anos da morte de S. João Maria Vianney (1859) segue-se imediatamente às celebrações há pouco encerradas dos cento e cinquenta anos das aparições de Lourdes (1858). Já em 1959, o Beato Papa João XXIII anotara: «Pouco antes que o Cura d’Ars concluísse a sua longa carreira cheia de méritos, a Virgem Imaculada aparecera, noutra região da França, a uma menina humilde e pura para lhe transmitir uma mensagem de oração e penitência, cuja imensa ressonância espiritual há um século que é bem conhecida. Na realidade, a vida do santo sacerdote, cuja comemoração celebramos, fora de antemão uma viva ilustração das grandes verdades sobrenaturais ensinadas à vidente de Massabielle. Ele próprio nutria pela Imaculada Conceição da Santíssima Virgem uma vivíssima devoção, ele que, em 1836, tinha consagrado a sua paróquia a Maria concebida sem pecado e havia de acolher com tanta fé e alegria a definição dogmática de 1854».50 O Santo Cura d’Ars sempre recordava aos seus fiéis que «Jesus Cristo, depois de nos ter dado tudo aquilo que nos podia dar, quis ainda fazer-nos herdeiros de quanto Ele tem de mais precioso, ou seja, da sua Santa Mãe».51

À Virgem Santíssima entrego este Ano Sacerdotal, pedindo-Lhe para suscitar no ânimo de cada presbítero um generoso relançamento daqueles ideais de total doação a Cristo e à Igreja que inspiraram o pensamento e a acção do Santo Cura d’Ars. Com a sua fervorosa vida de oração e o seu amor apaixonado a Jesus crucificado, João Maria Vianney alimentou a sua quotidiana doação sem reservas a Deus e à Igreja. Possa o seu exemplo suscitar nos sacerdotes aquele testemunho de unidade com o Bispo, entre eles próprios e com os leigos que é tão necessário hoje, como o foi sempre. Não obstante o mal que existe no mundo, ressoa sempre actual a palavra de Cristo aos seus apóstolos, no Cenáculo: «No mundo sofrereis tribulações. Mas tende confiança: Eu venci o mundo» (Jo 16, 33). A fé no divino Mestre dá-nos a força para olhar confiadamente o futuro. Amados sacerdotes, Cristo conta convosco. A exemplo do Santo Cura d’Ars, deixai-vos conquistar por Ele e sereis também vós, no mundo actual, mensageiros de esperança, de reconciliação, de paz.

Com a minha bênção.

Vaticano, 16 de Junho de 2009.

avisos da semana

Dia 11, Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, a Santa Missa será celebrada às 9 horas, após a Missa haverá procissão e Benção do Santíssimo Sacramento seguida de adoração até às 12 horas.

Dia 14, a Santa Missa será às 9 horas como de costume.

Lembramos que há confissões sempre antes e depois das Missas e também benção da água e dos objetos.

Quem desejar marcar inteções para as Missas pode fazê-lo antes das Missas na sacristia ou pode nos enviar um e-mail durante a semana.

Informações: scbentoxvi@hotmail.com

A Santíssima Eucaristia



A Eucaristia torna presente e atual o Sacrifício que Cristo ofereceu ao Pai na cruz, uma vez por todas, em favor da humanidade. O Sacrifício da cruz e o Sacrifício Eucarístico são um único Sacrifício. Idênticos são a vítima e o oferente, diferente é apenas o modo de oferecer: cruento na cruz e incruento na Eucaristia.

Na Antiga Aliança, a Eucaristia é prenunciada, sobretudo, na ceia pascal anual, celebrada todo ano pelos Hebreus com os pães àzimos como lembrança da imprevista e libertadora saída do Egito. Jesus a anuncia em seu ensinamento e a institui celebrando com os seua apóstolos a Ultima Ceia durante o Banquete Pascal. A Igreja, fiel ao mandamento do Senhor " Fazei Isto em minha memória" ( 1 cor 11,24), sempre celebrou a Eucaristia.

Na Eucaristia, atingem o seu clímax a ação santificante de Deus para conosco e nosso culto para com Ele. Ela encerra todo o bem espiritual da Igreja: o mesmo Cristo, nossa páscoa. A comunhão da vida divina e a unidade do Povo de Deus são expressas pela Eucaristia. Mediante a celebração nos unimos à liturgia do Céu e antecipamos a vida eterna.

Jesus Cristo está presente na Eucaristia de modo único e incomparável. Está presente, com efeito, de modo verdadeiro, real, substancial: com seu Corpo e o seu Sangue, com sua alma e Divindade.

"Na Eucaristia partimos o único pão que é remédio de imortalidade, antídoto para não morrer mas viver em Jesus Cristo para sempre." ( Santo Inácio de Antioquia )

Avisos

No próximo domingo, Solenidade da Santíssima Trindade, a Missa será cantada pelo coral da capela de Santa Luzia ( SP) neste dia após a Missa o regente do coral vai fazer uma palestra sobre canto gregoriano para uma melhor participação dos fiéis na Santa Missa e formação dos grupos que cantam nas Missas.

No dia 11 de junho, Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo ( Corpus Christi ) a Santa Missa será às 9 horas e será cantada pela Schola Cantorum São Gregório Magno da catedral São Dimas, após a Missa Haverá exposição e adoração do Santíssimo Sacramento até às 12 horas.

Salve Maria !!!

O Espírito Santo

Do Tratado Sobre a Trindade, de Santo Hilário, Bispo:



O Senhor mandou batizar em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, quer dizer, professando a fé no Criador, no Filho e no que é chamado Dom de Deus.



Um só é o Criador de todas as coisas. Pois um só é Deus Pai, de quem tudo procede; um só é o Filho Unigênito, nosso Senhor Jesus Cristo, por quem tudo foi feito; e um só é o Espírito, que foi dado a todos nós.



Todas as coisas são ordenadas segundo suas capacidades e méritos: um só é o Poder, do qual tudo procede; um só é o Filho, por quem tudo começa; e um só é o Dom, que é penhor da esperança perfeita. Nada falta a tão grande perfeição. Tudo é perfeitíssimo na Trindade, Pai, Filho e Espí­rito Santo: a infinidade no Eterno, o esplendor na Imagem, a atividade no Dom.



Escutemos o que diz a palavra do Senhor sobre a ação do Espírito em nós: “Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de compreendê-las agora” (Jo 16,12), “É bom para vós que eu parta: se eu me for, vos mandarei o Defensor” (cf. Jo 16,7).



Em outro lugar: “Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará uni outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade” (Jo 14,16-17). “Ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anuncia­rá. Ele me glorificará porque receberá do que é meu” (Jo 16,13-14).



Estas palavras, entre muitas outras, foram ditas para nos dar a conhecer a vontade daquele que confere o Dom e a natureza e a perfeição do mesmo Dom. Por conseguinte, já que a nossa fraqueza não nos permite compreender nem o Pai nem o Filho, o Dom que é o Espírito Santo estabelece um certo contato entre nós e Deus, para iluminar a nossa fé nas dificuldades relativas à encarnação de Deus.



Assim, o Espírito Santo é recebido para nos tornar capazes de compreender. Como o corpo natural do homem permaneceria inativo se lhe faltassem os estímulos necessários para as suas funções - os olhos, se não há luz ou não é dia, nada podem fazer; os ouvidos, caso não haja vozes ou sons, não cumprem seu ofício; o olfato, se não sente nenhum odor, para nada serve; não porque percam a sua capacidade natural por falta de estímulo para agir - assim é a alma humana: se não recebe pela fé o Dom que é o Espírito, tem certamente uma natureza capaz de conhecer a Deus, mas falta-lhe a luz para chegar a esse conhecimento.



Este Dom de Cristo está inteiramente à disposição de todos e encontra-se em toda parte; mas é dado na medida do desejo e dos méritos de cada um. Ele está conosco até o fim do mundo; ele é o consolador no tempo da nossa espera; ele, pela atividade dos seus dons, é o penhor da nossa esperança futura; ele é a luz do nosso espírito; ele é o esplendor das nossas almas.

Das Homilias de São Josemaría Escrivá de Balaguer (1902-1975), presbítero, fundador do Opus Dei:

Cristo permanece na Sua Igreja: nos seus sacramentos, na sua liturgia, na sua pregação, em toda a sua atividade. De modo especial, Cristo continua presente entre nós nessa entrega diária que é a Sagrada Eucaristia. Por isso, a missa é o centro e a raiz da vida cristã. Em todas as missas está sempre presente o Cristo total, Cabeça e Corpo. «Por Cristo, com Cristo e em Cristo». Porque Cristo é o Caminho, o Mediador. Nele tudo encontramos; fora Dele, a nossa vida torna-se vazia.



Cristo vive nos cristãos. A fé diz-nos que o homem, em estado de graça, está divinizado. Somos homens e mulheres; não somos anjos. Seres de carne e osso, com coração e paixões, com tristezas e alegrias; mas a divinização envolve o homem todo, como antecipação da ressurreição gloriosa. «Cristo ressuscitou de entre os mortos, como primícias dos que morreram. Porque, assim como por um homem veio a morte, também veio por um homem a ressurreição. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também, em Cristo todos são vivificados» (1Cor 15,20-22).



A vida de Cristo é a nossa vida, segundo o que prometera aos Seus Apóstolos no dia da Última Ceia: «Se alguém Me tem amor, há de guardar a Minha palavra; e o Meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos morada» (Jo 14,23). O cristão deve, pois, viver segundo a vida de Cristo, tornando seus os sentimentos de Cristo, de tal modo que possa exclamar com São Paulo: «Não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim» (Gal 12,20).

Missa Tridentina em Jacareí - SP

O Excelentíssimo e Reverendíssimo Sr. Bispo de São José dos Campos, Dom Moacir Silva, abençoou a celebração da Santa Missa aos Domingos e dias santos de guarda conforme o Missal Romano - 1962 - Rito Romano em sua Forma Extraordinária (Missa Tridentina), e assim foi celebrada a primeira Missa neste domingo dia 19 de abril às 09:00hs na Capela N. Sra. de Fátima, no bairro do São João, Paróquia São João Batista de Jacareí – SP.
Logo cedo, aproximadamente uma hora antes da celebração, a pequena capela já estava repleta de fiéis, e pessoas curiosas, para participar da Santa Missa. Este foi um dos últimos eventos organizado pelo Pe. Wendel Ribeiro como pároco da Paróquia São João Batista, já que sua transferência está marcada para maio deste ano. Pe Wendel fez-se muito solícito na Capela, acolhendo carinhosamente o celebrante Pe. José Henrique do Carmo, e a comunidade reunida, bem como participando muito devotamente da celebração Eucarística..
Pe. José Henrique do Carmo, com 15 anos de sacerdócio, sendo 11 deles dedicados a diocese de Anápolis – GO, e há 4 anos trabalhando na Capela Santa Luzia, centro de São Paulo, sob a responsabilidade da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, foi designado por Dom Moacir, para cuidar da celebração da Missa em sua Forma Extraordinária em nossa Diocese.
“O bem das almas é a suprema lei e o fim da Igreja, a qual, pela vontade de Deus, deve salvar os homens na unidade de uma aliança de um novo povo constituído em seu sangue; pois o Cristo Jesus deu a sua vida para reunir todos os homens numa só família (cf Jo 11,52), da qual a Igreja é “para todos e cada um sinal visível dessa unidade de salvação” (Lúmen Gentium 9). - Com esta frase se inicia o Decreto "Animarum Bonum" de criação da Administração Apostólica Pessoal S. João Maria Vianney, de 18 de janeiro de 2002, sob o Pontificado de João Paulo II, tendo como bispo responsável Dom Fernando Areâs Rifan.
“A missão da Administração Apostólica é assistir os fiéis que desejam a Liturgia em sua forma extraordinária e assim reforçar a unidade da Igreja”, comentou Pe. José Henrique, enquanto se preparava para a celebração. Para a comunidade que aguardava atentamente foram entregues cópias do “Ordo Missae”– Ordinário da Missa em Folheto para a participação ativa dos fiéis (em latim e português).
Enganam-se os que pensam que foram os mais velhos que se aproximaram mais da celebração em Latim; a grande maioria do publico participante era formada por jovens e famílias constituídas de muitos filhos. Muitas jovens e mulheres, espontaneamente, usavam véu e percebia-se modéstia nos trajes, outros já traziam de casa o seu “Missal dos fiéis”, como foi o caso de Fábio Garcia Durante, que desde 2002 acompanha as Missas no Rito Extraordinário. Os jovens Vinícius Pereira e Adriano Nascimento, ambos com 20 anos de idade, auxiliaram a celebração como acólitos.

Um Pouco de sua História
A Missa Católica é a mais perfeita renovação e atualização do irrevogável ato de salvação do Nosso Senhor Jesus Cristo, Seu sacrifício na Cruz. Cada Missa deve manifestar perfeitamente essa doutrina católica através de suas orações e rituais. A liturgia autêntica deve honrar e glorificar a Deus, expiar os homens de seus pecados, e agradecer a Deus pelas graças que Ele concedeu ao mundo.
Porque a Missa é as vezes chamada de Missa “Tridentina”?
“Tridentino” se refere ao Concílio de Trento (1545-1563), que unificou a prática litúrgica na Igreja Ocidental. O Papa São Pio V alcançou esta meta em 1570 quando emitiu a restauração do Missal Romano após o Concilio. A Missa Tridentina foi baseada nas mais antigas e veneráveis fontes litúrgicas Ocidentais. São Pio V decretou na Bula Papal conhecida como “Quo Primum” que seu único rito de Missa fosse usado por todos na Santa Igreja. No entanto, exceções foram feitas para os ritos que tinham estado em uso contínuo por pelo menos 200 anos.
Por que o Latim?
O latim continua sendo a língua oficial da Igreja Católica Romana e tem sido usado como a língua litúrgica no Ocidente desde o século III. A natureza imutável do latim tem conservado a doutrina ortodoxa da Missa, que nos foi herdada dos pais da Santa Igreja. O uso do latim na Missa e em documentos oficiais da Igreja tem sido fundamental para apoiar a universalidade e unidade da Igreja. O papa Bento XVI indicou o uso de latim e o canto Gregoriano na liturgia na sua Exortação Papal de 2007 sobre a Eucaristia “Sacramentum Caritatis”. Embora a Missa Tradicional seja dita ou cantada em latim, a maioria dos fiéis que participam na liturgia usam seus próprios livros de oração (missais), que contém o texto em latim acompanhado por sua tradução no vernáculo. As regras que explicam como tal participação deve ocorrer estão na encíclica “Mediador Dei” do Papa São Pio XII, par. 106.
O que esperar da Missa na Forma Extraordinária do Missal Romano?
A princípio, a formalidade e o elaborado rito da Missa “Tradicional” pode nos parecer um pouco desconhecido. Há uma atmosfera de oração e reverência entre as pessoas nos bancos. Antes da Missa, o silêncio é mantido na igreja demonstrando o respeito à Presença Real de Jesus no Santíssimo Sacramento, que é reservado no Tabernáculo. As disposições litúrgicas (rubricas) da celebração giram em torno de realçar o valor do Altar do sacerdote e dos fiéis em cada parte da Missa. Assim, por exemplo, durante a Consagração, todos os fiéis permanecem de joelhos. O crucifixo acima do altar relembra ao fiel que o Sacrifício da Cruz e o Sacrifício da Missa são os mesmos. As seis velas acessas no altar simbolizam Cristo como a luz do mundo. O sacerdote e os fiéis juntos ficam voltados para o Altar aonde o Sacrifício Sagrado é oferecido. O altar normalmente é colocado na direção oriental da igreja, na direção do sol nascente, simbolizando Cristo Ressuscitado.
Motu Proprio "Summorum Pontificum" do Papa Bento XVI sobre o uso do Missal anterior à Reforma Litúrgica de 1970.
“Sempre foi preocupação dos Sumos Pontífices até o tempo presente, que a Igreja de Cristo ofereça um culto digno à Divina Majestade "para louvor e glória de seu nome" e "para nosso bem e o de toda sua Santa Igreja".

No dia 7 de Julho de 2007, Sua Santidade o Papa Bento XVI publicou uma carta apostólica chamada “Summorum Pontificum”. Nesta carta ele declarou que o antigo rito nunca foi revogado, e que "deve ser honrado pelo seu venerável e antigo uso." (SP Art. 1) O Santo Padre nomeou esse rito antigo de Forma Extraordinária do Rito Romano. De fato o Papa diz, "Na história da liturgia existe crescimento e progresso, mas nenhuma ruptura." Aquilo que para as gerações anteriores era sagrado, permanece sagrado e grande também para nós" (Carta explicativa acompanhada ao “Summorum Pontificum”) O mais visível aspecto da forma Extraordinária é a própria Santa Missa. A forma antiga da missa tem sido chamada de "A mais bela coisa deste lado do mundo."

Referências:
Sacramentum Caritatis - (http://www.saotomas.com/documentos/exortacao/SacramentumCaritatis.htm)
Mediator Dei - (http://www.saotomas.com/documentos/enciclicas/MEDIATORDEI.htm)
Snyder, Edward – História da Missa Tridentina -http://www.missatridentina.com.br/historia.html
Missa Tridentina em Jacareí – SP - http://www.missatridentina.com.br/index.html

Agradecimentos:
Ao Pe. Wendel Ribeiro, digníssimo pároco, que em seu acolhimento “abriu as portas” da Capela N. Sra. de Fátima para esta celebração belíssima.
Ao Pe. José Henrique do Carmo, sempre solícito e acolhedor, que por mais ocupado que estivesse dedicou sua atenção as perguntas da Pastoral da Comunicação.
Ao Fábio Garcia Durante, jovem apaixonado pela Igreja Católica e principalmente por Jesus Cristo, em sua piedade cativante fez-nos acreditar mais no mistério de Deus.
Aos amigos Vinícius Pereira e Adriano Nascimento pelo convite e exemplo de fé e trabalho pela causa do Reino.
A comunidade reunida que soube ficar atenta e acompanhar as orações e a todos aqueles que não mediram esforços para realização da Missa (Pascom- Paróquia São João Batista, Equipe de Canto, e tantos outros).
Rodolfo Cristiano – Pastoral da Comunicação

Algumas Fotos da Santa Missa






TE DEUM LAUDAMUS


No próximo domingo dia 19 de abril será celebrada na Capela Nossa Senhora de Fátima, que pertence à Paróquia São João Batista em Jacareí, ás 9 horas a Santa Missa segundo a forma extraordinária do Rito Romano com a participação da Schola Cantorum Bento XVI a patir desta data todos os domingos e dias santos de guarda teremos a Santa Missa neste mesmo local todos estão convidados.

Salve Maria !!!!

Aleluia!!! o Senhor Ressucitou


No dia em que celebramos a Vitória de Nosso Senhor sobre o pecado e a morte desejamos a todos os nossos amigos e colaboradores uma FELIZ PÁSCOA que a Virgem Santíssima Mãe do Ressucitado abençoe a todos.

A Paixão de Cristo


Dos Sermões de São Leão Magno, papa (séc.V):



Quem venera realmente a paixão do Senhor deve contemplar de tal modo, com os olhos do coração, Jesus crucificado, que reconheça na carne do Senhor a sua própria carne. Trema a criatura perante o suplício do seu Redentor, quebrem-se as pedras dos corações infiéis e saiam para fora, vencendo todos os obstáculos, aqueles que jaziam debaixo de seus túmulos. Apareçam também agora na cidade santa, isto é, na Igreja de Deus, como sinais da ressurreição futura e realize-se nos corações o que um dia se realizará nos corpos.



A nenhum pecador é negada a vitória da cruz e não há homem a quem a oração de Cristo não ajude. Se ela foi útil para muitos dos que o perseguiam, quanto mais não ajudará os que a ele se convertem? Foi eliminada a ignorância da incredulidade, foi suavizada a aspereza do caminho, e o sangue sagrado de Cristo extinguiu o fogo daquela espada que impedia o acesso ao reino da vida. A escuridão da antiga noite cedeu lugar à verdadeira luz.



O povo cristão é convidado a gozar as riquezas do paraíso, e para todos os batizados está aberto o caminho de volta à pátria perdida, desde que ninguém queira fechar para si próprio aquele caminho que se abriu também à fé do ladrão arrependido.



Evitemos que as preocupações desta vida nos envolvam na ansiedade e no orgulho, de tal modo que não procuremos, com todo o afeto do coração, conformar-nos a nosso Redentor na perfeita imitação de seus exemplos. Tudo o que ele fez ou sofreu foi para a nossa salvação, a fim de que todo o Corpo pudesse participar da virtude da Cabeça.



Aquela sublime união da nossa natureza com a sua divindade, pela qual o Verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14), não exclui ninguém da sua misericórdia senão aquele que recusa acreditar. Como poderá ficar fora da comunhão com Cristo quem recebe aquele que assumiu a sua própria natureza e é regenerado pelo mesmo Espírito por obra do qual nasceu Jesus? Quem não reconhece nele as fraquezas próprias da condição humana? Quem não vê que alimentar-se, buscar o repouso do sono, sofrer angústia e tristeza, derramar lágrimas de compaixão, eram próprios da condição de servo?



Foi precisamente para curar a nossa natureza das antigas feridas e purificá-la das manchas do pecado, que o Filho Unigênito de Deus se fez também Filho do Homem, de modo que não lhe faltasse nem a humanidade em toda a sua realidade, nem a divindade em sua plenitude.



É nosso, portanto, o que esteve morto no sepulcro, o que ressuscitou ao terceiro dia e o que subiu para a glória do Pai, no mais alto dos céus. Se andarmos pelos caminhos de seus mandamentos e não nos envergonharmos de proclamar tudo o que ele fez pela nossa salvação na humildade do seu corpo, também nós teremos parte na sua glória. Então se cumprirá claramente o que prometeu: Portanto, todo aquele que se declarar a meu favor diante dos homens, também eu me declararei em favor dele diante do meu Pai que está nos céus (Mt 10,32).

O Filho do Homem precisa ser levantado


Dos Sermões de Santo Efrém (306-373), diácono e Doutor da Igreja:



Quando o povo pecou no deserto (Nm 21,5ss.), Moisés, que era profeta, ordenou aos israelitas que fixassem uma serpente a uma cruz, ou seja, que matassem o pecado. Eles tinham de olhar para a serpente, porque fora por meio de serpentes que os filhos de Israel tinham sido castigados. E por que razão o foram por meio de serpentes? Porque tinham renovado a conduta dos nossos primeiros pais. Adão e Eva tinham ambos pecado, comendo o fruto da árvore; os israelitas tinham murmurado por causa da comida. Proferir queixas porque não se tem legumes é o cúmulo da murmuração. O salmo atesta: «Eles revoltaram-se contra o Altíssimo no deserto» (Sl 77,17). Ora, também no Paraíso tinha sido a serpente a dar início à murmuração.



Os filhos de Israel aprenderiam assim que a mesma serpente que tinha conspirado para levar a morte a Adão conspirara igualmente para matá-los. Por isso, Moisés suspendeu-a de um madeiro, a fim de que, ao vê-la, eles fossem conduzidos, por semelhança, a recordar-se da árvore. Com efeito, aqueles que para ela voltavam os seus olhos eram salvos, não por causa da serpente, naturalmente, mas por se terem convertido. Olhando para a serpente, recordavam-se dos seus pecados. Por terem sido mordidos, arrependiam-se e voltavam a ser salvos. A sua conversão transformava o deserto em morada de Deus; o povo pecador tornava-se, pela penitência, uma assembleia eclesial e, melhor ainda, apesar de si mesmo, adorava a cruz.

O Sacramento do Batismo


Dos Escritos de Santo Ambrósio (340-397), Bispo e doutor da Igreja:



Aproximaste-te, viste a pia batismal e viste também o bispo perto da pia. E sem dúvida surgiu na tua alma o mesmo pensamento que se insinuou na de Naamã, o sírio. Pois, embora tenha sido purificado, inicialmente ele duvidara.



Temo que alguém tenha dito: «É apenas isto?» Sim, realmente é apenas isto: ali encontra-se toda a inocência, toda a piedade, toda a graça, toda a santidade. Viste o que conseguiste ver com os olhos do corpo; aquilo que não se vê é muito maior, porque aquilo que não se vê é eterno.



Que haverá de mais surpreendente do que a travessia do Mar Vermelho pelos israelitas, para não falarmos agora apenas do batismo? E, no entanto, todos os que o atravessaram morreram no deserto. Pelo contrário, aquele que atravessa a pia batismal, isto é, aquele que passa dos bens terrestres para os do céu, não morre, mas ressuscita.



Naamã era leproso. Ao vê-lo chegar, o profeta disse-lhe: «Vai, entra no Jordão, banha-te e ficarás curado.» Ele pôs-se a refletir em si mesmo e disse para consigo: «É apenas isto? Vim da Síria à Judeia e disseram-me: vai até ao Jordão, banha-te e ficarás curado. Como se não houvesse rios melhores no meu país!» Os servos diziam-lhe: «Senhor, por que não fazes o que diz o profeta? Fá-lo, experimenta.» Então ele foi até ao Jordão, banhou-se e ficou curado.



Que significa isto? Viste a água, mas nem toda a água cura; mas a água que contém em si a graça de Cristo cura. Há uma diferença entre o elemento e a santificação, entre o ato e a eficácia. O ato realiza-se com água, mas a eficácia vem do Espírito Santo. A água não cura se o Espírito Santo não tiver descido e consagrado aquela água.



Leste que quando nosso Senhor Jesus Cristo instituiu o rito do batismo, veio ter com João e este disse-Lhe: «Eu é que tenho necessidade de ser batizado por Ti. E Tu vens até mim?» (Mt 3,14). Cristo desceu; João, que batizava, estava a Seu lado; e eis que, como uma pomba, o Espírito Santo desceu. Por que desceu Cristo primeiro e em seguida o Espírito Santo? Por que razão? Para que o Senhor não parecesse ter necessidade do sacramento da santificação: é Ele que santifica; e é também o Espírito que santifica.