A cruz de Cristo, nossa glória!


Do Comentário sobre a Epístola aos Gálatas, por São Tomás de Aquino (1225-1274), sacerdote, teólogo e doutor da Igreja:

«Quanto a mim, Deus me livre de me gloriar a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo», diz São Paulo (Gl 6,14). Repara, observa Santo Agostinho: aonde o sábio segundo este mundo julgou encontrar a vergonha, aí descobriu o apóstolo Paulo um tesouro; pois aquilo que para outro é loucura é para ele sabedoria (1Cor 1,17ss.) e título de glória.

Com efeito, cada um retira a sua glória daquilo que, a seus olhos, o torna grande. Se julga ser um homem importante por ser rico, glorifica-se nos seus bens. Mas aquele que não encontra grandeza para si senão em Jesus Cristo põe a sua glória apenas em Jesus.

Assim era o apóstolo Paulo, que dizia: «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim»(Gl 2,20). É por isso que apenas se gloria em Cristo e, sobretudo, na cruz de Cristo. É que nesta cruz estão reunidos todos os motivos de glória que um homem pode ter.

Há pessoas que retiram a sua glória da amizade com os grandes e poderosos; Paulo, porém, apenas tem necessidade da cruz de Cristo, aonde descobre o sinal mais evidente da amizade de Deus: «Deus demonstra o Seu amor para conosco pelo fato de Cristo haver morrido por nós quando ainda éramos pecadores» (Rm 5,8). Não, nada manifesta tão bem o amor de Deus para conosco como a morte de Cristo. «Ó, testemunho inestimável do amor!», exclama São Gregório. «Para resgatar o escravo, entregastes o Filho!»

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