Um Deus que se aproxima de nós...

Dos Escritos de Santo Efrém (306-373), diácono na Síria, doutor da Igreja:

«Eis que o Senhor vai passar. Nesse momento, passou diante dele um vento impetuoso e violento, que fendia as montanhas e quebrava os rochedos, mas o Senhor não estava naquele vento» (1Rs 19,11). Em seguida, após o furacão, ocorreram tremores de terra e relâmpagos; Elias percebeu que Deus também não estava ali.
O objetivo destes fenômenos era o de conter o zelo, aliás louvável, do profeta nos limites da sua responsabilidade e ensinar-lhe, a exemplo dos sinais da autoridade divina, que a severidade devia ser temperada com misericórdia. De acordo com o sentido oculto, os turbilhões de vento que precederam a vinda de Deus, os tremores de terra, os incêndios ateados pelos ventos, eram sinais precursores do juízo universal.
«Após o fogo, ouviu-se um murmúrio». Através deste símbolo, Deus refreia o zelo imoderado de Elias. Com isto quer dizer-lhe: «Vês que os ventos impetuosos não Me agradam, nem os terríveis tremores de terra, e que também não gosto dos relâmpagos e dos raios: porque não imitas a doçura do teu Deus? Porque não abrandas um pouco esse zelo que te consome, a fim de te tornares protetor dos homens do teu povo, em vez de seres seu acusador?» O doce murmúrio representa a alegria da vida bem aventurada que será dada aos justos quando, no fim dos tempos, tiver lugar o temível juízo final.
«Após ter escutado este murmúrio, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e ficou de pé à entrada da gruta e eis que uma voz lhe falou: 'Elias, que fazes aqui?' Ele respondeu: 'Sinto um zelo ardente pelo meu Senhor, o Deus dos exércitos, pois os filhos de Israel abandonaram a Tua aliança'». O profeta manteve-se à entrada da gruta, sem ousar aproximar-se de Deus que chegava, e cobriu o rosto, pensando que não era digno de ver Deus. No entanto, tinha perante os seus olhos um sinal da clemência divina e, fato que devia tê-lo tocado ainda mais, passava pessoalmente pela experiência da bondade maravilhosa de Deus nas palavras que Ele lhe dirigia. Quem não ficaria seduzido pela benevolência de uma tão grande majestade, por uma pergunta tão doce: «Elias, que fazes aqui?» 

fonte: http://costa_hs.blog.uol.com.br/

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